Não posso
reclamar da vida que tenho levado, dos passos que tenho dado. Mas tem dias que
faz falta o que eu tinha antes. Ou melhor, quem eu tinha antes. Bate sempre
aquela dúvida: sinto falta dele ou de alguém? E mais. Sinto realmente falta
daquela vida que eu tinha quando namorava ou é apenas carência momentânea? E
como eu saberia dizer?
Faz falta
dividir minha cama apertada, assistir abraçadinhos filmes só até a metade. Faz
falta dormir junto numa terça à noite com aula quarta-feira cedo. Faz falta
fazer uma ligação quando eu me sentia sozinha de madrugada e ver você chegando
tão logo. Faz falta da sua voz falando “eu” toda vez que eu perguntava quem era
na porta.
Sinto falta
de ter alguém que me fizesse ter vontade de cozinhar. Alguém que eu quisesse
agradar, caprichar, me esforçar nem que fosse pra um café da manhã com pão com
queijo na cama. Faz falta até dos seus caprichos de não gostar de
manteiga-queijo-catupiry e tudo o mais que eu tanto amo comer.
Me dá saudade
até das coisas ruins. Da briga que era toda vez que a gente pedia pizza. Porque
você só queria portuguesa e eu só queria frango com catupiry. De quando você
não respondia minhas mensagens na hora que eu mandava, quando passava dos limites com seu
fanatismo pelo esporte, quando eu reclamava do seu quarto bagunçado.
Sinto falta
das coisas pequenas, que talvez outras pessoas também pudessem curar em mim. Mãos
dadas, almoçar juntos, planejar o final de semana. Macarrão com molho ou sem molho, com tempero ou sem tempero.
Sinto falta de coisas muito simples. Não sei se é de você ou se é de ter alguém para fazer tudo isso. A maioria dos dias são fáceis. Eu não costumo sentir falta da vida que eu tinha, exatamente por estar aproveitando muito essa vida nova. Mas tem horas que não dá pra evitar o pensamento do "e se", da vontade de ter uma companhia pra toda hora.
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