terça-feira, 3 de outubro de 2017

Dor e saudade

Há dias em que eu acordo com saudade de coisas que me doeu. Parece um pouco masoquista, mas no fundo, acredito que isso diz mais do meu senso de positividade. Eu  não sinto saudade da dor, com certeza. Eu sinto saudade do que aquela coisa, que um dia me causou dor, é como um todo.
Não há apenas dor dentro de mim. E, da mesma forma, aquela coisa não é capaz de causar apenas dor. O que é acontece é que, infelizmente, e por fatores que nunca conseguirei compreender, aquele momento, aquele lugar, aquela Lívia, juntaram-se e acabaram construindo recordações negativas.
Ao me lembrar de forma memorosa daquele lugar, eu não quero relembrar da dor. Mas, inevitavelmente, ela não pemite que eu a escape nos meus devaneios. A dor vem junto. 
Hoje, minha luta é por poder acionar meu cérebro àquelas memórias sem que a dor que eu senti seja a atração principal da minha lembrança. Há mais na vida. Eu vivi mais do que aquilo. Eu sou mais do que todos aqueles acontecimentos. Eu posso superar e estou superando o que vivi.
Alguns dias doem mais do que os outros. Em compensação, em alguns dias, eu sou capaz de pensar naquelas lembranças sem que elas me corroam tanto. 
Esses momentos efêmeros me provam minha força. Eu sei que com perseverança superarei. Mais do que isso, sei que um dia poderei um dia matar minha saudade sem que meu medo me possua mais do que meu desejo de viver minha vida.

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