sexta-feira, 14 de junho de 2019

Feito para um

Em minha concepção, parece que estou sempre buscando alguém. Querendo encontrar alguém com quem dividir a vida, como eu mesma digo. Ao mesmo tempo, reparei hoje como em nenhum dos meus planos cabe outra pessoa e como me incomodo de encaixar alguém na minha rotina.
Não sei se eu sou muito rígida em alterar minha rotina para encaixar alguém nela. Mas a verdade é que é amo a rotina que acostumei a ter sozinha e não quero abrir mão. Esse vazio na verdade é meu parceiro. E isso me lembra aquele papo de o que é estar sozinho e o que é estar solitário. Na verdade, não estou solitária. 
Sempre que ele vem, por exemplo, eu altero meus planos, rearranjo minha rotina para encaixa-lo. Eu não vou reclamar: amo a presença dele. Mudaria tudo mil vezes. Mas no fim do dia, depois que as portas se fecham e eu subo minhas escadas para voltar a meu fluxo normal de vida, eu fico aliviada de me reorganizar.
A mesma coisa acontece quando eu saio, visito alguém e gasto meu tempo vivendo em coletividade. Eu me divirto. Mas no fim do dia, estou ansiosa pra voltar pra casa e me reorganizar. Ou fico magoada de ter me cansado e não ter disposição para fazer minhas coisas da rotina. 
Em relação a me abrir para receber pessoas em casa, é meu maior desafio. Primeiro porque tenho que organizar coisas que se eu não ligaria de estar bagunçado se estivesse sozinha. Eu não gosto de fazer compras maiores, de sujar mais louça. É, na verdade, um esforco abrir minhas portas. 

Bom, não sei o que quero dizer com tudo isso;
Que sou uma grande cuzona que não liga pros outros? 
Quero dizer que consigo ver hoje a individualidade que preciso em meio a minha vida em coletividade? 
Estou começando a separar melhor o que quero?
Estaria eu parando de preencher meu tempo com pessoas para evitar vazios?

Hoje é uma sexta de manhã que eu preferi enrolar para começar meu dia. Pareceu melhor escrever aqui. Fiquei feliz de colocar minha meditação bem alta na cama, o que eu não poderia fazer se houvesse alguém ao meu lado na cama. Não me sinto arrependida de ter negado um convite para sair ontem e ter dormido antes das 21h30. Escolhi o filme que eu queria ver, sem ouvir a opinião distoante de ninguém, porque afinal, a escolha de filme nunca era minha. Isso porque eu sempre aceitei o que os outros queriam. Estou planejando minha alimentação o final de semana e a ideia de ter que dividir isso com alguém me dá desconforto. Mas como dizer não? 
Sobre a dificuldade de dizer não, falo outro dia. 

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