segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Boicotagem

Mais uma vez eu sou minha maior inimiga. A vida acadêmica, que é tão importante para mim, me coloca em um momento de indecisão tão intenso que a única solução que vi para essa manhã de segunda-feira foi escutar Enya. Enya para dias de desespero, eu já diria a mim mesma em 2015. O que fazer? Como sair dessa situação em que me sinto paralizada e sem ação? Porque eu me permiti ficar aqui? Quando isso vai passar?
Eu penso em desistir. Tenho dúvidas se estou seguindo o caminho correto. Sempre que coloco na balança, essa balança que pende para duas relações tão fortes em minha vida.
Tenho duas suposições:
A primeira é que eu queira isso e me sinta incapaz. Aí eu me lembro dele, que para mim é um exemplo de inteligência. Que faria isso tão bem, ou que contribuiria tanto para minha pesquisa. Eu queria ouvir que você acredita que sou capaz disso. Eu duvido de mim porque muitos já duvidaram. Eu duvido de mim por medo? Seria preguiça? Falta de coragem? Eu queria fazer isso porque acho tão tão tão incrível.
A segunda é que eu não queira isso, mas me sinta desafiada a fazê-lo. Aí eu me lembro deste outro, que para mim é um exemplo de que tenho que ser foda e surpreender. Aquela conversa sobre uma pesquisa dever falar de algo "relevante" para "o mundo". Eu lembro disso repetidamente na minha cabeça e é o discurso que reafirmo. Eu sei que essa fala não vale de nada e que na realidade não concordo com ela, mas ela está tão densamente inserida em minha pele que é difícil não utilizá-la.
No fim, sigo na dualidade entre dois homens para definir meus passos. Eu só quero me libertar.

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