quarta-feira, 27 de março de 2019

Passividade e pessoas que se importam

Aproveito todas as oportunidades de fugir de mim. Além de escutar os outros por realmente me preocupar, eu vejo essa opção como uma chance de não falar. 
Infelizmente, todas as pessoas precisam de apoio e de serem ouvidas. Não sei quando foi a última vez - ou se alguma vez - realmente me senti ouvida. Eu poderia fazer uma lista grande de pessoas que amo, me importo e tento não julgar, mas não tenho a mesma facilidade para criar uma lista das pessoas que me amam, se importam comigo e tentam não me julgar.
Preciso pensar no que ofereço para obter o que recebo. Minha fuga e medo de julgamento me levam a perder oportunidades de trocas e conversas sinceras.
Apesar disso, sei que não estou sozinha. Algumas pessoas se importam, o pouco que seja. Eu poderia achar que estou sendo exigente ou cobrando muito dos outros, ou poderia também pensar que aceito muitas migalhas.
Não quero me sentir sozinha e não sei quando comecei a me sentir assim. Será que foi quando fui uma adolescente cruel? Será que foi quando eu decidi viver sozinha? Será que foi quando me fechei dentro de um relacionamento e dei menos prioridade para todas as outras coisas?
Preciso fugir da passividade. Não preciso ter o sentimento maternal com todas as pessoas com as quais me relaciono. Também preciso fugir do costume de arranjar alguém para culpar pelos meus problemas. 
Invejo pessoas que não estão sozinhas, que são rodeadas de amigos, companhias, passeios e diversão. Eu só queria um pouquinho disso a mais na minha vida. Ao mesmo tempo, gosto tanto da minha individualidade, de estar sozinha e ter meu espaço. Como equilibrar?

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