quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Que venha o "depois"

Alguns anos me marcaram mais que outros. 2009, 2012, 2013: de todos estes tenho visões mais claras e lembranças mais explícitas. Consigo sentir de forma mais intensa alguns sentimentos e momentos. As fotos me tocam de forma mais sensível. Me emociono ao pensar o quão grata sou àqueles anos.
Comparado a tudo o que vivi, 2015 deixa agora imensas marcas em mim. Um ano de descobertas, realizações, de muita liberdade, mudanças de pensamento e amadurecimento. Um ano daqueles que você pode dizer que existe um "antes" e "depois".
Existe um "antes" e "depois" de eu viver de acordo com meus desejos sem medo ou vergonha. De ter coragem para ir aos lugares onde eu gostaria. De "fazer acontecer" coisas que só dependiam da minha insistência.
Há também um pré e pós minha liberdade corporal e sexual. Quando eu começei a colocar pra fora meus desejos que eu repremia por vergonha. De acabar com o padrão de certo/errado, correto/incorreto. De ousar ter experiências maravilhosas pelo fato de eu QUERER tê-las. Porquê eu percebi que só preciso querer, e nenhum grande sentimento a mais.
Existe também um "depois" de sofrer um pouquinho. Sobre me ver, de forma intensa, como mulher em um mundo machista. Um mundo o qual eu não aceitarei e que, depois deste ano, pede pela minha luta. E lutarei.
Também fez parte deste ano o fechamento de ciclos. Estes, me ajudaram a chegar na conclusão de que as vezes dedicação não basta. Precisamos, algumas vezes, abdicar de coisas que realmente apreciávamos e estávamos dispostos a lutar. Simplesmente pela necessidade do mundo continuar girando, da gente encontrar outras lutas pelas quais lutar, novas equipes com as quais queremos crescer. 
Claramente, exista uma vida pré e pós intercâmbio. Quando pûde, pela primeira vez, entender a imensidão do mundo, suas diferenças e semelhanças. De me decepcionar um pouco com o que vi e me lembrar como realmente é de onde venho. De ter um orgulho que nunca tinha sentido antes a respeito de minhas origens. De sentir dor, solidão, decepção em relação as pessoas, mas também de ter surpresas positivas daqueles que eu não esperava nada. 
Ano de conhecer gente de todos os lugares do mundo, cada um com uma história de vida. E aprendi que mesmo com essa grande variedade, poderíamos criar um grupo incrível. Pois mesmo com uma vida de costumes diferentes, tinhamos desejos em comum: se divertir, conhecer o mundo, beijar algumas bocas e beber uns vinhos franceses!
Aprendi uma língua nova. Mais do que só isso: aprendi a ser atentiva no que escuto, para assim entender o que o outro diz. Aprendi o nome das coisas que eu já conhecia, a ir ao supermercado, a segurar a porta pros outros, novas expressões casuais. Conheci uma cidade com costumes totalmente diferentes aos quais eu sempre vivi. E aprendi a amá-la.
Com essa experiência, novos objetivos para meu futuro foram traçados. Hoje tenho objetivos como uma pesquisadora de comunicação e como cidadã. E estes, espero que me ajude a construir meu futuro, do meu arredor e, se possível, do meu país.
Alguns princípios da minha vida foram definidos e colocados a prova em 2015.
Amor e relações amorosas foi um grande tema. Sinto que, finalmente, entendi que não é o tempo ou seriedade responsáveis por um sentimento ser verídico e sincero. Algumas pessoas fazem um final de semana mais especiais que um ano podem ser com outra pessoa. E uma vez na semana também pode criar algo incrível. Confirmei minha teoria: existem milhões de pessoas no mundo capazes de me fazer feliz e realizada.
Graças ao amor, também tirei algumas conclusões a serem levadas para minha vida: meu compromisso e valorização da fidelidade, minha insistência por um amor livre de orgulho e com muito reconhecimento dos erros e acertos de cada um.
Minha vida foi intensa em todos os campos durante este ano que termina logo menos. Cada parte de mim teve uma evolução, a qual acredito que influenciará minha vida nos próximos anos. Sou extremamente grata a esse ano, a tudo o que ele me trouxe e a tudo que esse ano que acaba me trará.
Existe um "antes" e existirá, certamente, um "depois" 2015. Só me basta saber o que este depois me reserva.







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